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“Quão afortunado é para os governos os povos que eles administram não pensarem.”
— Adolf Hitler

A resposta mais simples seria não.

Serra e Dilma  jamais participaram efetivamente de nenhuma ação armada. Porém eram membros de grupos de esquerda que combateram a ditadura.

José Serra foi membro e fundador do intitulado Ação Popular (AP), organização cristã de cunho socialista-humanista. Posteriormente após o endurecimento do governo militar a AP se autodenominou Ação Popular Marxista-Leninista e foi acusada de atentados a bombas e ações de guerrilha a partir de 1966.

José Serra era presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes) e pode ser visto como orador no vídeo abaixo em comício com João Goulart em 1964.

Após o golpe José Serra esteve em exílio na Europa, Chile e Estados Unidos durante 16  bons anos e sem precisar trabalhar, apenas estudando, financiado por diversos grupos empresariais. Retornou ao Brasil antes mesmo do fim da ditadura ou da Anistia, tentou se candidatar mas como exilado teve seu registro negado.Então fez campanha para Fernando Henrique Cardoso, que ao contrário do que se diz, jamais foi cassado ou exilado (tanto que se o fosse, não poderia ter sido candidato!).

José Serra foi financiado pela FIESP (Federação das Indústrias de São Paulo) e FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos) e depois de duas derrotas seguidas conseguiu ser eleito senador. Era o primeiro de uma série de mandatos que José Serra não seguiu até o fim. Quem assumiu foi o suplente que havia financiado a campanha.

Gaba-se por ter sido o criador do seguro desemprego, na realidade já existente desde a Era Vargas e assinada a lei posteriormente por José Sarney. Quanto ao fundo de financiamento ao seguro desemprego (já existente), a lei de criação do FAT(fundo de amparo ao trabalhador) por José Serra nem sequer foi a votação, já que a mesma proposta por Jorge Uequed era anterior a apresentada por Serra.  Há ainda a lei dos genéricos cujo mentor e criador do decreto, contrariando a propaganda tucana, foi de fato Jamil Haddad. Mas como Ministro da Saúde de FHC, Serra assinou documento conhecido como “Norma Técnica do Aborto” que deu início a regulamentação do aborto em casos de estupro.

Dilma teria participado da organização stalinista Comando de Libertação Nacional (COLINA) que após fusão com a Vanguarda Popular Revolucionária (VAR) passou a se chamar Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Ao contrário do que se afirma, Dilma não teve nenhuma posição de destaque no grupo muito menos de liderança e nunca participou efetivamente de nenhuma ação armada.

Até mesmo o famoso “Assalto ao Cofre da Amante de Ademar de Barros” que ocorreu no Rio de Janeiro, a desinformação partiu da própria Dilma que ao ser perguntada sobre o caso em questão respondeu ter “orgulho de ter combatido a ditadura.”  Este brilhante assalto aliás foi arquitetado inicialmente como uma “operação-diversão” por um jovem de alta classe que conhecia a residência. E este teve ajuda  de membros do VAR-Palmares na execução mas Dilma não teve qualquer participação.

A mistificação da contribuição de Dilma no combate a ditadura acontece de vários lados desde opositores a apoiadores. Além de acusarem de assalto ao cofre que ela não participou, Elio Gaspari chegou a publicar texto largamente divulgado pela Internet em que diz ser Dulce Maia um codinome da “guerrilheira” Dilma, posteriormente desmentido pela própria Dulce Maia. Em site oficial da candidata foi publicada suposta foto de sua participação na passeata dos 100 mil, apoiando o governo João Goulart. Em uma falsificação desonesta, a jovem mostrada na foto é a atriz Norma Bengell e não Dilma Roussef.

Especula-se por alguns que Dilma nem ao menos estaria presente nesta passeata de apoio a Goulart. E sim na Marcha da Família com Deus pela Liberdade de “apoiadores” do golpe. Dilma assim como o jovem José Dirceu, seriam da juventude UDENISTA. Depois como muitos da própria UDN se tornaram oposição a ditadura.

É dito que enquanto combatente da ditadura Dilma foi presa. Até mesmo o local exato em que isto ocorreu, onde ficou encarcerada e o tempo são questionados. Ela afirma que foi torturada por três anos, o que obviamente não pode ser possível. Afinal quem aguentaria três  anos de torturas ininterruptas? E porque os militares dariam tanta importância, torturando por três anos a até então quase irrelevante Dilma?

O que demonstra que os militares não consideravam Dilma tão ameaçadora é que em época de forte repressão, de assassinatos e exílios, Dilma após a suposta prisão foi estudar em Universidade Federal conseguindo estágio na Fundação de Economia e Estatística, vinculada ao Governo do Rio Grande do Sul, estado com grande intervenção militar. Posteriormente se filiou ao PDT de Brizola e participou de uma debandada do partido, juntamente com centenas de outros membros para o PT. O PDT estava infestado de agentes da ditadura infiltrados. O que nos leva a suposições muito bem fundadas que serão abordadas em artigos futuros.

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